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livros que abordam o confinamento de pessoas em hospícios

A Quatro Cinco Um
selecionou alguns livros que abordam o confinamento de pessoas em hospícios

Clássico da filosofia moderna, o livro mostra como foram os médicos no século 19 (não a medicina) que criaram as concepções do que é ou não loucura, passando a vigiar a fronteira entre o que é considerado racional e decidindo quais pessoas deveriam ser confinadas e excluídas da sociedade.

Michel Foucault

História da loucura
na Idade Clássica

Escrito em 1903 por um eminente jurista, recém-promovido à Corte de Apelação de Dresden na Alemanha, o livro descreve minuciosamente o desencadeamento de um processo paranoico. Alguns anos depois, serviu de base para um ensaio seminal de Sigmund Freud.

Daniel Paul Schreber

Memórias de um doente dos nervos

A jornalista norte-americana se infiltrou em um hospício nos anos 1880, denunciando os maus-tratos às internas. Diante da pressão popular e de um júri que investigou o caso, a prefeitura de Nova York aumentou em 1 milhão de dólares o investimento anual em saúde mental.

Nellie Bly

Dez dias num hospício

Um médico passa a se interessar pela psiquiatria e inicia um estudo sobre a loucura, fundando um hospício oitocentista e atraindo cobaias humanas para seus experimentos. Lançado em 1882, o texto ganhou uma edição da Antofágica com 37 ilustrações de Candido Portinari.

Machado de Assis

O alienista

Internado em instituições psiquiátricas por delírios alcoólicos, Lima Barreto documentou em Diário do hospício sua passagem pelo Hospício Nacional dos Alienados, no Rio de Janeiro. No romance inacabado O cemitério dos vivos, o autor levou esta vivência para a ficção.

Lima Barreto

Diário do hospício & O cemitério dos vivos

Com 271 Ilustrações, o livro é o resultado da longa experiência da médica em um hospital psiquiátrico. Nise, ao observar as seções de terapia ocupacional, chegou à conclusão de que o mundo interno do esquizofrênico era muito mais rico do que se imaginava.

Nise da Silveira

Imagens do inconsciente

Publicado originalmente em 1965, o diário de Cançado trata da sua passagem pelo Hospital Gustavo Riedel, no Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, entre o fim de 1959 e o começo de 1960 (onde, ao todo, a autora foi internada pelo menos doze vezes).

Maura Lopes Cançado

Hospício é Deus: diário 1

O falatório de Patrocínio, mulher negra internada contra sua vontade, foi definido como poesia ao virar livro em 2001, quase dez anos depois de sua morte. As falas tratam de como ela foi adoecida por um sistema opressor e racista que a confinou por grande parte da sua vida.

Stella do Patrocínio

O reino dos bichos e dos animais é o meu nome

Chocante livro-reportagem, denuncia um dos maiores genocídios do Brasil, no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena, que recebia pacientes com diagnóstico de doença mental, homossexuais, prostitutas, mães solteiras, mendigos, alcoólatras e pessoas consideradas fora dos padrões sociais.

Daniela Arbex

Holocausto brasileiro

Memórias de um doente dos nervos
de Daniel Paul Schreber. Trad. Marilene Carone
Posf. Roberto Calasso e Elias Canetti
Todavia • 480 pp

História da loucura na Idade Clássica
de Michel Foucault. Trad. José Teixeira Coelho Neto Perspectiva • 552 pp.

livros que abordam o confinamento de pessoas em hospícios

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Diário do hospício & O cemitério dos vivos
de Lima Barreto
Companhia das Letras • 308 pp

O alienista
de Machado de Assis. Ils. Candido Portinari
Antofágica • 304 pp

Dez dias num hospício
de Nellie Bly. Trad. Ana Guadalupe
Fósforo • 112 pp

Leia a resenha

Hospício é Deus: diário 1
de Maura Lopes Cançado
Autêntica • 232 pp

Imagens do inconsciente
de Nise da Silveira
Vozes • 336 pp

Holocausto brasileiro
de Daniela Arbex
Intrínseca • 280 pp

O reino dos bichos e
dos animais é o meu nome
de Stella do Patrocínio
Azougue • 160 pp