A Quatro Cinco Um selecionou alguns livros escritos por autoras e autores de Angola
O romance de costumes, escrito como folhetim entre 1929 e 1934, mescla estilo europeu com tradições quimbundo e foi precursor de uma literatura nacionalista. Conta a história de Ximinha, uma bruxa que morre da doença do sono e retorna para assombrar aqueles que desrepeitaram suas crenças.
Escrito em 1975, quando Angola lutava por independência política e fortalecimento de uma identidade nacional, o romance retoma uma das principais figuras históricas do país, Nzinga Mbandi, retratada como grande estrategista militar e diplomata, que lidou com portugueses e holandeses.
A história da “Mãe de Angola” ganhou uma versão literária por José Eduardo Agualusa, em 2015. Escrito na Angola pós-colonial, o romance equilibra críticas à realidade do país e ao enaltecimento nacional. Sua narrativa inovadora questiona a retratação da identidade de gênero desta figura histórica.
Escrito pela perspectiva da floresta que dá título ao romance, “Mayombe” mergulha na vida dos guerrilheiros do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). O romance do ex-guerrilheiro explora confrontos da guerra, dogmas e contradições da organização e diferenças culturais do país.
Lançado em 1999, narra a história da família Van Dum, formada por um holandês traficante de escravos, sua esposa africana e seus filhos, durante a ocupação holandesa, entre 1642 e 1648. Uma paródia da história angolana, o romance subverte o discurso colonial e evidencia uma identidade nacional.
Lançado em 1963, “Luuanda” reúne três narrativas que retratam a realidade dos musseques angolanos, bairros pobres da capital, e sua composição urbana caótica. O estilo vívido e marcado pela oralidade de Luandino lhe rendeu o Prêmio Camões de literatura, em 2006, recusado pelo autor.
Em sua célebre antologia poética, Ana Paula Tavares traz um eu-lírico que reflete sobre individualidade, corporalidade e feminilidade na África. O livro é um itinerário sobre a pluralidade feminina que contrapõe violência e delicadeza por meio de uma poesia intertextual.
Pautada na multiplicidade de identidades femininas angolanas, a coletânea de 38 crônicas, que variam entre autobiografia e escrita ficcional, retrata diversas paisagens e pessoas, traz críticas sociopolíticas e recupera mitologias africanas.
Vencedor do Prêmio Jabuti de 2010 na categoria juvenil, o romance ultrapassa o horizonte histórico e biográfico através da poesia, da fantasia e do humor. A escrita explora as particularidades culturais e linguísticas de Angola e incorpora aspectos cosmopolitas contemporâneos.
Escrito por Ondjaki e ilustrado pela colombiana Catalina Vásquez, a fábula tem como protagonista um rinoceronte que passa por um momento de melancolia e recebe de presente de seu amigo, o Sol, mais um chifre.
O segredo da morta.
António de Assis Júnior.
Editora Maianga • 283 pp.
Nzinga Mbandi
Manuel Pedro Pacavira
Lisboa • 217 pp.
A gloriosa família:
o tempo dos flamengos
Pepetela
Nova Fronteira • 410 pp.
Mayombe
Pepetela
Leya • 248 pp.
A rainha Ginga: e de como os africanos inventaram o mundo
José Eduardo Agualusa
Foz • 240 pp.
Um rio preso nas mãos: crônicas
Ana Paula Tavares
Kapulana • 100 pp.
Amargos como os frutos
Ana Paula Tavares
Pallas • 288 pp.
Luuanda
José Luandino Vieira
Caminho • 103 pp.